Nota positiva para primeira soundclash
E foi assim que na noite de sexta-feira dia 17 de Novembro, se deu lugar à primeira soundclash jamaicana em Portugal no long beach na praia de Carcavelos. E fica aqui para quem não sabe que por Soundclash entende-se uma competição musical onde selecta’s e toasters de Sound Systems adversários comparam técnicas de mistura de riddims, tentando motivar o público e ridicularizar o outro Sound System num frente-a-frente.
O objectivo do Sound Clash é então “destruir" o outro Sound System cabendo ao público a tarefa de decidir o vencedor do evento.
5 rounds, 5 challengers, de A a Z as presenças no Nomercy foram: Bob Figurante, Firestarter Sound, Godi, Jula Jah sound e Nubai Soundsystem, tudo isto sempre na presença do “Hoster” e organizador, Selecta Gui com à vontade, excelente comunicação, humor e notável imparcialidade, também servindo de polícia para que se fizessem cumprir todas as regras do torneio.
O alinhamento sorteado aleatoriamente, definiu a começar, Bob Figurante, seguido dos Nubai Soundsystem; Godi, Jula Jah e a finalizar Firestarter Sound.
O primeiro round, sem eliminatória, definiu-se como uma “little demonstration” das “skills” das soundsystems presentes, de onde se distinguiu claramente o potencial dos Nubai.
Campos e Nunito incendiaram neste first round o massivo presente no long beach, Jula Jah e Firestarter tiveram também uma presença demarcada, com os primeiros a distinguirem-se pelo reportório escolhido, trazendo a palco, grandes nomes do roots reggae, apostando claramente nessa vertente jamaicana.
O second round, já a eliminar, após todos os sounds terem tocado, perguntou-se ao massive uma vez por sound system quem deveria continuar a competição, o sound que tivesse menos mãos no ar, estava fora.
De seguida, perguntou-se uma segunda vez quem continuava para o próximo round, o sound system que provocasse menos mãos no ar, estava fora também. Este round já veio, então demonstrar algumas fragilidades de alguns dos “challengers”e Bob Figurante e Godi com nítidas dificuldades técnicas, abandonaram desta forma o conflito muito antes de ele ter aquecido.
Nu bai demarcaram-se mais uma vez, mas desta vez não estavam sozinhos, os Jula Jah com um reportório bastante ecléctico, passearam pelo Roots, pelo Foundation, Dance hall, apesar de não serem géneros tradicionais duma “Jamaican Soundclash”, já Firestarer optou por Buju banton,Capleton e Sizzla tracks, deambulando pelo New Roots, pelo Dance hall que aqueceram o ambiente no “massive”, assim como a guerra entre as soundsystems.
Já no terceiro round, após todos os sounds tocarem, perguntou-se ao massivo uma vez por sound system, quem deveria continuar a competição, o sound que provocasse menos mãos no ar, estava fora. Após um round onde se evidenciaram os Nubai sound e os Jula jah, Firestarter com uma prestação menos forte, levou o massivo a deliberar pela sua saída.
No último e decisivo round ou decisão do Tune fi tune, sendo realizada a cada 2 tunes, uma por sound, o Sound que chegasse primeiro aos 6 pontos levava a taça, Jula Jah e Nu bai sound system, efectuaram uma grande disputa renhida perante o massivo, os primeiros com Tunes mais roots recorrendo a grandes nomes como Dennis Brown, Burning Spear, entre outros, e os segundos optando por passar riddims mais actuais da nova vaga reggae, o New Roots.
Ao cair do pano, nesta Tune fi tune, o massivo decidiu-se então, após longo embate, por eleger Jula jah como a vencedora, relegando Campos e Nunito para o segundo posto. Jula Jah garantiu a vitória com um clássico de Bob Marley, “Get up stand up” acompanhado pelo jamrock riddim do filho, Damian, que destronou assim a tune dos Nubai, também ela do grande e lendário Bob marley, “Could you be loved”.
Em suma a disputa, revelou-se duma grande competitividade, demonstrando o que de melhor as duas soundsystems sabiam fazer, justificando a sua presença nesta fase. Tune após Tune, Jula Jah e Nubai bateram-se de forma agressiva ao jeito de uma Clash Jamaicana, que agora também passa a figurar (esperamos nós) por muitos e muitos anos no nosso País, para já podemos afirmar que foi uma boa forma de começar, que seja a primeira de muitas e que exportada a ideia, se torne numa tradição, numa herança geração após geração. Fica a nota e o agradecimento especial a quem ainda se esforça por elevar o reggae a nível nacional, um obrigado em nome da música.
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